quarta-feira, 11 de maio de 2011

Prefeitura promete reformar teatros distritais. De novo

Em 2008, cinco foram fechados para obra - e só um reaberto. Agora, meta de Kassab é mais ambiciosa: restaurar oito até 2012

Felipe Frazão - O Estado de S.Paulo
11/05/2011

Dos nove teatros distritais de São Paulo, quatro estão fechados por atraso em obras de revitalização. Em março de 2008, a Prefeitura anunciou reforma em cinco deles, com prazo de entrega em julho de 2009. Mas só uma terminou. Ontem, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) dobrou a promessa: diz que, até o fim de sua gestão, em dezembro de 2012, vai entregar reformados todos os teatros da cidade: isso inclui, além dos quatro fechados, mais quatro em funcionamento.

Werther Santana/AE
Werther Santana/AE
Alfredo Mesquita. Teatro de Santana, na zona norte, é um dos que estão fechados desde 2008

"Depois de 50 anos, uma gestão se preocupa com reformas. Até o fim de 2012, temos grande chance de entregar todos os equipamentos reformados", disse Kassab. "Discordo que (as obras) estejam atrasadas. Ficaram sem manutenção e estamos tentando em oito anos reformar todos. Então, na verdade, estão adiantadas, né? Veja só, se conseguirmos recuperar todos, que coisa maravilhosa."

Do compromisso assumido há três anos, no entanto, a Prefeitura entregou apenas o Teatro Cacilda Becker, na zona oeste. Os Teatros Flávio Império e Martins Penna, na zona leste, Alfredo Mesquita, na norte, e Décio de Almeida Prado, na sul, deixaram de oferecer espetáculos a preço popular (R$ 10) e oficinas vocacionais gratuitas de interpretação, dança e música.

A pior situação é a do Flávio Império, em Cangaíba, onde as obras sequer começaram. A Secretaria Municipal de Cultura fechou o teatro há cinco anos, porque goteiras molhavam a plateia. Mas o único sinal de reforma foi, há um mês, a chegada de poltronas, sacas de cimento e telhas. Tudo agora amontoado no palco e na plateia.

Ontem o secretário Augusto Calil afirmou que a licitação para um "novo"" Flávio Império sairá nesta semana. "Ele será refeito e terá parque aberto à população." O mesmo prazo foi dado nas licitações de dois outros teatros, atualmente abertos ao público: o Paulo Eiró, em Santo Amaro, e o Arthur Azevedo, na Mooca. Segundo Calil, todas as obras começarão no segundo semestre.

Site. Na semana passada, o site da secretaria informava que o Flávio Império "deverá ser entregue no primeiro semestre de 2012". E "o compromisso público de restabelecer todos os teatros deverá ser honrado".

Integrantes de movimentos culturais e alunos de projetos vocacionais criaram o manifesto SOS Flávio Império. "Não acreditamos mais na palavra deles para a reforma. Nunca foi cumprida", disse Rogério Limonti, organizador do grupo. "Um bairro grande e com tanta gente como esse deveria ter o teatro funcionando", reclamou o aposentado Alcides Ferreira, de 66 anos, que mora na frente do Flávio Império.

A reforma da Casa de Cultura da Penha, onde fica o Martins Penna, começou em março do ano passado, com prazo de 180 dias e valor de mais de R$ 1,5 milhão. No entanto, ela ainda caminha em ritmo lento, com apenas seis funcionários.

Ontem, Kassab visitou o Alfredo Mesquita, cujas obras começaram em 2009, por R$ 3,4 milhões. O prazo era de 270 dias, mas o andamento foi atrasado pela necessidade de um Termo de Ajustamento de Conduta para remanejar árvores do terreno. Agora, a entrega está prevista para outubro, com gastos de R$ 4,4 milhões. Do prédio original, sobraram apenas duas paredes. Haverá uma passarela para controladores de luz e fotógrafos, rampas para deficiente, novos camarins e salas de ensaio.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O teatro encontra-se fechado, por tempo indeterminado.



Fechado

Tempo Indeterminado

Fechado

Tempo Indeterminado

Fechado

Tempo Indeterminado


(...)


Veja o link com informações sobre o Teatro Flávio Império:





http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/dec/teatros/flavio_imperio/











Fechado





Tempo Indeterminado





Fechado





Tempo Indeterminado

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Império de todas e todos


Cada um de nós traz dentro de si um propósito, um ideal, que nos guia através dos caminhos tortuosos, das barreiras opressoras e das dificuldades desalentadoras. No entanto, o mundo é tão vasto e tão complexo que esse ideal, por vezes, acaba diminuindo como a chama tênue de uma vela, soprada pelo frio de uma noite escura. Parece que tudo é em vão, que os berros morrem nas paredes cinzentas do senado, do congresso. É como se até mesmo os passos que damos fossem contados e cobrados, como se todo e qualquer pensamento estivesse fora de nosso próprio alcance, num mar de incoerências e assombros silenciosos.
Somos amordaçados pelo medo da falta de bens. Somos vendados pelo temor de que nossos tetos desabem sobre nossas cabeças, de que nossas crianças não tenham pão para comer, de que nossos armários escancarem suas bocas e mostrem gargantas vazias, pedindo socorro para os céus e para os chãos. Neste mundo tão pavoroso, esquecemos daquele ideal antes tão ardente, antes tão presente, aquele que nos dava a direção e o sentido de tudo o que nos compõe.
Sim, parece frio e vazio, mas é tão real quanto o sangue que timbra as notícias nas páginas dos jornais todas as manhãs, trazendo o desconsolo e as lágrimas aos olhos da mãe trabalhadora. Não somente parece mas é vazio, tanto quanto o sentido da vida daqueles que sofrem discriminação e temem as ruas, temem as gentes, temem temer e serem descobertos, torturados, marginalizados.
Marginal, palavra que designa as margens de uma sociedade que nos exclui, que nos relega ao pouco que sobra daqueles inomináveis sem rosto que povoam a classe dominante, aqueles que definem o que iremos ler, o que iremos pensar, o que iremos ser. Aqueles que definem como e o quê será definido, quando e onde quiserem. Então por quê? Por quê, sabendo que todos são uns tão pessoas (ou tão bichos) quanto os outros, por quê o ciclo se renova, sucede-se num sem fim de exclusões?
Brecht já dizia que o pior analfabeto é o analfabeto político, e ele tinha toda a razão, pois política somos nós! Nós, juntos, podemos gritar mais alto e desmistificar as muralhas do silêncio, trazendo o que nos é de direito.
“Teatro? Arte? E o mundo real, onde fica?”
Os mesmos malabares que ganham o pão da criança no semáforo enfeitam os ares do circo! Os mesmos tecidos puídos que lhes cobrem os pés no frio deslizam do teto suaves, costurando sonhos, tecendo convicções. O palco onde a cena acontece são as ruas, são as praças, as casas, as pessoas! O teatro está em tudo, em todos. Não está somente no Municipal, tampouco somente na Broadway. Ele está aqui, ao nosso lado, gritando para que ouçamos sua voz já há tanto esquecida por aqueles que somente fazem enriquecer.
E dizem as más línguas que são todos uns vagabundos, que são todos uns desocupados, que são todos uns ninguéns. Esses que dizem tais coisas só querem, ah isso com certeza, é calar a voz de protesto, suprimirem o manifesto que ganha as ruas, escalando as mentiras e trazendo a sabedoria da senhora e do senhor para escrever suas linhas na história deste mundo. Teatro para gritar a verdade, circo para saltar nos trapézios das idéias, poesia para declamar o direito ao pão, cortejo para balançar os pilares gigantes que constituem a base do império do capital. Eram quatro vezes quatro cortejos, prenúncios de muitos ainda por vir.
Pois, a partir de agora, o único império que queremos ver é o Flávio Império, e com tudo que lhe é direito.




sábado, 10 de outubro de 2009

MOÇÃO DE APOIO DA CIA. ESTÁVEL DE TEATRO AO ATO S.O.S. FLÁVIO IMPÉRIO.




Nós da Cia. Estável de Teatro apoiamos o ato organizado por integrantes do projeto Vocacional de Dança e Teatro e do movimento de artistas locais para a continuação de um processo de reforma do Teatro Flávio Império que já dura, praticamente, longos 5 anos. Entendemos que a não reforma do teatro deve-se a uma questão meramente de vontade política e por isso a reivindicamos, assim como exigimos a reabertura urgente do espaço. Entendemos também que essas reivindicações são legítimas e de interesse de todo cidadão, ou coisa que o valha, pois desde 2005 as solicitações por esta reforma vêm sendo ignoradas pelo poder público.

É de responsabilidade de toda e qualquer administração garantir que o cidadão tenha acesso à cultura e que os trabalhadores da arte possam desenvolver seus trabalhos de forma livre e independente no espaço que pertence à comunidade.

Recentemente foi publicado pelo jornal Folha de São Paulo que a Prefeitura de São Paulo já gastou mais em propaganda neste ano do que o valor que cortou dos serviços de varrição de ruas e retirada de entulhos. Cortou 20% desses gastos, num total de R$ 58,4 milhões reduzidos na despesa com os serviços. Pretende gastar R$ 78,8 milhões com publicidade até o fim do ano, 134% mais do que o valor previsto no Orçamento para 2009 e 98,5% acima do gasto do ano passado, quando o prefeito foi reeleito. No próximo ano irá gastar três vezes mais em publicidade do que com educação.

Diante de tais números podemos entender a linha de raciocínio e prioridades da nossa atual administração. E daí fica a pergunta: Até quando a Periferia ficará Invisível aos olhos destes que são eleitos “representantes” de um povo?

Nossa participação nesta ação é um ato simbólico contra a falta de atenção a este importante bem público que está há anos sem reforma e nenhuma justificativa à comunidade, ferindo assim os princípios de uma possível democracia.

Aqui fica uma solicitação: Que venham frentes autônomas em prol da revolução cultural permanente e encenem a vida nos Cortejos Livres de toda a Leste.



Vamos avante. Por um teatro num lugar maldito. Mal Dito. Mau mau Dito.

Viva a luta em prol do Teatro Flávio Império!

Viva a luta contra a mercantilização da cultura!

Todo apoio ao S.O.S. Flávio Império!



11 de outubro de 2009



Cia. Estável de Teatro

http://www.territor ioestavel. blogspot. com/

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

3º Cortejo - Império e Circo


Unidos por um mesmo ideal.
Talvez a frase acima defina com maestria a gama infinda de sentimentos que permeou o 3º Cortejo do movimento SOS Flávio Império. Unidos, todos, do Movimento Livre Leste – que também luta pela cultura aqui, na Zona Leste – e todos nós, de grupos de teatro aqui da região, percorremos o Parque Ecológico com muita música de ciranda, jongo, danças, poesia e circo!
Das árvores ao chão, onde os tecidos costuravam a imaginação das crianças, jovens e adultos. Onde a lira girava, portando a moça dos olhos doces, sob a música alegre da sanfona e do batuque. “Vem, meu povo! Vem!” Era o grito ecoando do megafone; era o grito ecoando da garganta do próprio Flávio Império, de suas cortinas, de seus cenários, de seu palco, de sua boca, de suas escadas, de sua alma, de seu ser. E o povo atendia, e vinha. Ah, vinha!
Tudo que falta por aqui, para que tod@s tenham acesso à arte, ao teatro, dança, circo, poesia, literatura... tudo que falta para que tod@s tenham acesso à cultura aqui é a consciência de que estamos e queremos. Queremos o teatro, pois é um direito constitucional do ser humano! Não temos direito? Não somos humanos? Quem somos nós?
Para os que enxergam tudo do alto, não somos ninguém.
“Vem, meu povo, vem!” Grita com a gente, que nossa hora chegou.